Quais as principais diferenças e semelhanças entre TDAH e Autismo?

A confusão entre TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e Autismo é algo relativamente comum devido a algumas semelhanças nos sintomas e na forma como esses transtornos podem se manifestar. Ambos os distúrbios afetam o neurodesenvolvimento e podem influenciar o comportamento, a interação social e a capacidade de atenção e concentração.

No entanto, cada um tem suas características específicas que os distinguem. A sobreposição de sintomas, como dificuldades de comunicação, impulsividade e desatenção, pode levar a equívocos no diagnóstico. A ausência de entendimento minucioso acerca de cada problema e a divergência individual na manifestação dos sintomas têm potencial para gerar confusão entre TDAH e autismo. Essa ambiguidade pode gerar desafios no processo de identificação e tratamento adequados, ressaltando a importância de uma avaliação completa e precisa por profissionais qualificados.

Aqui vamos falar um pouco sobre as semelhanças e diferenças desses dois transtornos que podem, inclusive, apresentarem-se em comorbidade (ocorrem ao mesmo tempo).

 

A desatenção no TDAH e a “falta de ouvido” do Autismo

A desatenção no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e a “falta de ouvido” no Autismo são duas características distintas, embora possam parecer semelhantes em alguns aspectos superficiais. Vamos explorar essas diferenças:

No TDAH, a desatenção está ligada a dificuldades no controle da atenção e da impulsividade. Quando uma pessoa com TDAH não responde quando é chamada, pode ser devido a distrações constantes, dificuldade em manter o foco em uma tarefa específica ou até mesmo hiperfoco em algo que não seja a solicitação imediata. Eles podem não perceber que foram chamados porque estão imersos em seus próprios pensamentos ou atividades, não por falta de interesse ou intenção de ignorar.

Por outro lado, no Autismo, a “falta de ouvido” muitas vezes está relacionada a dificuldades na comunicação social e na compreensão das pistas sociais. Autistas podem não reagir ao serem chamados. Isso ocorre porque eles têm dificuldade em processar informações auditivas eficazmente. É possível que não reconheçam a relevância do chamado no contexto ou até sua própria voz como um sinal de solicitação. Algumas pessoas autistas podem se sentir desconfortáveis com interações sociais diretas e, portanto, evitam responder, não por desinteresse, mas como uma estratégia de autorregulação para lidar com o estresse social.

Em resumo, a desatenção no TDAH se relaciona a dificuldades em controlar a atenção e impulsividade. Já a “falta de ouvido” no Autismo, se liga mais a desafios na comunicação social e processamento sensorial, gerando respostas diferentes quando chamadas.

 

O hiperfoco do Autismo e do TDAH

O hiperfoco no Autismo e no Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) são fenômenos que compartilham semelhanças superficiais, mas têm raízes distintas. Vamos examinar essas diferenças:

No TDAH, o hiperfoco é frequentemente associado a períodos de intensa concentração e imersão em uma atividade ou tarefa específica. Embora o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade seja identificado por problemas de atenção, hiperatividade e impulsividade, a concentração intensa é um aspecto menos conhecido, mas pertinente. Quando uma pessoa com TDAH está hiperfocada, ela pode ter dificuldade em desviar sua atenção para outras atividades ou responder a estímulos externos, mesmo quando chamada. O estado de hiperfoco pode ser uma bênção ou um desafio, dependendo do contexto. Ele conduz a realizações notáveis em áreas de interesse, mas pode negligenciar outras responsabilidades importantes.

Por outro lado, no Autismo, o hiperfoco é caracterizado por um profundo e intenso interesse em um determinado assunto, tema ou atividade. Essa fixação pode se manifestar de maneiras diferentes, desde a repetição obsessiva de comportamentos até um foco intenso em um assunto específico, muitas vezes incomum em sua intensidade ou escopo. Comportamento, a interação social e a capacidade de atenção e concentração são aspectos fundamentais. No entanto, cada um possui suas peculiaridades que os diferenciam. A sobreposição de sintomas, como dificuldades de comunicação, impulsividade e desatenção, tem o potencial de gerar confusões no diagnóstico. A falta de compreensão detalhada sobre cada problema e a

Em resumo, enquanto o hiperfoco no TDAH está relacionado a períodos de intensa concentração e dificuldade em mudar o foco de atenção, no Autismo está relacionado a interesses intensos e fixos em determinados assuntos ou atividades. Essas diferenças refletem as características únicas desses dois transtornos neurológicos.

 

A hiperatividade do TDAH e Estereotipias do Autismo

No TDAH, a hiperatividade está entre os sintomas principais, junto com a desatenção e impulsividade. Essa agitação constante é caracterizada por um padrão persistente de inquietude, movimentos excessivos e dificuldade em ficar parado. Pessoas com TDAH podem ter uma necessidade constante de se mover, sentir-se agitadas e ter dificuldade em se envolver em atividades que exijam estar sentado por longos períodos. Essa hiperatividade frequentemente se manifesta em crianças, mas tem potencial para persistir na idade adulta, embora tenha a capacidade de se manifestar de maneiras diferentes, como inquietude interna.

No Autismo, a hiperatividade pode estar presente, mas não é uma característica central do transtorno. Em vez disso, as estereotipias motoras são mais comuns. Estereotipias são ações repetitivas, comportamentos padrão ou gestos que ocorrem de maneira contínua e aparentemente sem motivo. Isso pode englobar balançar as mãos, bater os braços, girar ou outros movimentos repetitivos. Embora algumas pessoas autistas possam exibir comportamentos hiperativos, muitas vezes isso está mais relacionado à regulação sensorial ou a uma resposta a estímulos do ambiente, em vez de uma hiperatividade como vista no TDAH.

É importante notar que a hiperatividade no TDAH e as estereotipias no Autismo são distintas em termos de padrões comportamentais e características associadas. A hiperatividade no TDAH se relaciona à necessidade de movimento constante e à dificuldade em ficar parado. Já as estereotipias no Autismo se referem a comportamentos repetitivos, frequentemente usados para autorregulação sensorial.

 

Diagnóstico Diferencial

O diagnóstico diferencial, realizado por profissionais de saúde mental, como psiquiatras e psicólogos clínicos. É fundamental para distinguir entre condições psiquiátricas que compartilham sintomas semelhantes, garantindo assim um tratamento adequado e individualizado para cada paciente.

Quando há dúvidas no diagnóstico diferencial ou sinais que sugerem outras possibilidades, um encaminhamento a um psicólogo especializado em Neuropsicologia é recomendado. Ele realizará uma avaliação completa por meio de entrevistas clínicas, observação comportamental e uso de ferramentas padronizadas. Normalmente, esta avaliação dura entre seis a doze sessões.

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