TDAH: o que é, sintomas e tratamento

O Transtorno do Déficit de Atenção e/ou Hiperatividade, mais conhecido como TDAH, é uma condição neurobiológica que afeta tanto crianças quanto adultos. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é caracterizado por padrões persistentes de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse transtorno pode impactar significativamente o funcionamento diário e o bem-estar emocional dos indivíduos afetados. Embora as causas exatas do TDAH ainda não sejam compreendidas, evidências sugerem uma interação complexa entre fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais que contribuem para o desenvolvimento dessa condição.

 

Principais Sintomas

Desatenção a detalhes: A dificuldade em manter o foco nos detalhes, levando a erros por descuido em tarefas escolares ou no trabalho. Essa desatenção pode resultar em lapsos frequentes de concentração, tornando difícil seguir as instruções ou concluir tarefas de forma precisa.

Distração Crônica: A tendência a se distrair facilmente, não percebendo quando é chamado ou perdendo o fio da conversa com frequência. Essa distração constante pode interferir nas interações sociais e na capacidade de se concentrar em tarefas importantes.

Problemas em concluir atividades: O obstáculo em finalizar tarefas, deixando projetos escolares ou deveres profissionais incompletos. Essa dificuldade em concluir tarefas pode levar a um sentimento de frustração e inadequação.

Foco Fraturado: A luta para manter o foco em atividades que exigem concentração, como assistir aulas, participar de discussões prolongadas ou realizar leituras extensas. A mente inquieta pode vagar facilmente, prejudicando o processo de aprendizagem e a produtividade.

Perda de Pertences Pessoais: A tendência a perder objetos importantes, como chaves, carteira ou material escolar, devido à falta de atenção aos detalhes ou à desorganização. Essa perda frequente pode causar estresse adicional e atrapalhar a rotina diária.

Gestão do Tempo Comprometida: A dificuldade em gerenciar tarefas e o tempo de forma eficaz, resultando em esquecimento de compromissos e falta de organização percebida pelos outros como desleixo ou irresponsabilidade.

Inquietude: A necessidade constante de movimento, expressa por gestos repetitivos, como torcer as mãos, remexer-se na cadeira ou vibrar o pé incessantemente. Essa inquietude física pode ser interpretada como agitação ou impaciência.

Agitação Perceptível: A sensação de estar “ligado na tomada”, incapaz de relaxar ou se acalmar, o que pode ser difícil para os outros acompanharem. Essa energia ilimitada pode ser mal interpretada como impulsividade ou falta de controle.

Verborragia: A inclinação para falar muito, interrompendo os outros ou respondendo antes que as perguntas sejam concluídas. Essa impulsividade verbal pode prejudicar as interações sociais e causar desconforto em situações sociais.

Impaciência: A dificuldade em esperar a sua vez, seja em filas ou em conversas, devido à necessidade de gratificação imediata. Essa impaciência pode resultar em comportamentos impulsivos ou desrespeitosos.

Diversão Agitada: A impossibilidade de se engajar tranquilamente em atividades de recreação, por causa da inquietação incessante e do desafio em descontrair.

Entretenimento Inquieto: A incapacidade de participar serenamente em atividades de divertimento, em razão da perturbação contínua e do obstáculo em relaxar.

Recreação Desassossegada: A inaptidão para se envolver pacificamente em atividades de passatempo, devido à turbulência constante e à dificuldade em suavizar.

Passatempo Agitado: A dificuldade de se imergir placidamente em atividades de entretenimento, por causa da constante instabilidade. Isso pode interferir na qualidade do tempo de lazer e na capacidade de desfrutar de momentos de descanso.

 

Causas do TDAH

As causas do TDAH ainda não são compreendidas, mas pesquisas sugerem uma combinação de fatores genéticos, neurobiológicos e ambientais que contribuem para o desenvolvimento dessa condição. Aqui estão algumas das principais causas potenciais do TDAH:

Fatores Genéticos: A influência genética no TDAH é significativa, com estudos sugerindo que a condição pode ser transmitida de pais para filhos. Pesquisas apontam que pessoas com familiares diretos, como progenitores ou irmãos, que possuem Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade têm uma tendência mais elevada para manifestar a condição. Embora não exista um único gene responsável pelo TDAH, vários genes parecem estar envolvidos, cada um contribuindo com uma pequena parcela para o risco geral de desenvolvimento da condição.

Desequilíbrios Neurotransmissores: O TDAH tem sido associado a desequilíbrios nos neurotransmissores do cérebro, especialmente dopamina e noradrenalina. Essas substâncias químicas cerebrais desempenham um papel crucial na regulação do humor, atenção, motivação e controle dos impulsos. Desequilíbrios nesses sistemas neurotransmissores podem afetar a capacidade do cérebro de regular a atenção, o que contribui para os sintomas do TDAH.

Fatores Ambientais: Vários fatores ambientais durante a gravidez e a infância foram associados ao aumento do risco de TDAH. Uma condição neurobiológica que afeta crianças e adultos igualmente. O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade é marcado por padrões de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Esse transtorno pode ter um impacto significativo no dia a dia e no bem-estar emocional dos afetados. Mesmo que as causas precisas

Lesões Cerebrais: Lesões cerebrais traumáticas, como lesões na cabeça ou danos cerebrais durante o desenvolvimento fetal, podem aumentar o risco de TDAH. Essas lesões podem afetar áreas específicas do cérebro envolvidas na regulação da atenção, impulsividade e hiperatividade, contribuindo para os sintomas do TDAH.

Fatores Socioeconômicos e Familiares: Fatores socioeconômicos, como pobreza, estresse familiar e instabilidade emocional, também podem desempenhar um papel no desenvolvimento do TDAH. Crianças que crescem em ambientes estressantes ou desfavoráveis ​​podem estar em maior risco de desenvolver TDAH devido à exposição a estressores ambientais e falta de recursos de apoio.

 

Tipos de TDAH

Existem três tipos comuns de TDAH:

TDAH Predominantemente Desatento: Caracterizado por sintomas principais de desatenção, como dificuldade em manter o foco, distração e tendência a cometer erros por descuido. Pessoas com esse tipo de TDAH podem parecer sonhadoras ou desligadas. Este tipo de TDAH é mais comum em mulheres e acompanha a hipoatividade, caracterizada por sonolência e falta de energia. Ele é o que apresenta maior comprometimento em sala de aula e dificuldade em aprender conteúdos devido às suas características de desatenção, distração e sonolência.

TDAH Predominantemente Hiperativo-Impulsivo: Com maior predominância no sexo masculino, este tipo é caracterizado por sintomas principais de hiperatividade e impulsividade, como inquietação, dificuldade em permanecer quieto e tendência a agir sem pensar nas consequências. Indivíduos com essa categoria de TDAH podem parecer agitados ou impulsivos. Suas dificuldades em ambientes escolares e profissionais são decorrentes da sua agitação e necessidade de movimento, além de fuga de ideias por ter pensamentos acelerados. Esse tipo de TDAH não impacta tanto na absorção de conteúdo em sala de aula, mas a criança tende a ser um distrator para as demais por sempre estar em movimento.

Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade Combinado: Este é o tipo mais comum deste transtorno e envolve uma combinação de sintomas de desatenção, hiperatividade e impulsividade. Pessoas com TDAH combinado exibem uma variedade de sintomas em todas as áreas, tornando o diagnóstico e o tratamento mais desafiadores.

 

Como é feito o diagnóstico e tratamento do TDAH

O diagnóstico do TDAH é geralmente feito por médicos e psicólogos. Eles baseiam-se na avaliação clínica dos sintomas, uso de testes específicos e no histórico médico do paciente e da família. Assim, conseguem apontar o tipo de TDAH presente de forma mais precisa.

Para diagnosticar o TDAH, os profissionais usam critérios específicos. Esses estão em manuais como o DSM-5-TR, ou seja, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5.ª edição – Texto Revisado. Também usam a CID-11, que é a Classificação Internacional de Doenças, 11.ª edição.

O tratamento do TDAH geralmente envolve medicamentos, como o metilfenidato e a lisdexanfetamina, para controlar os sintomas de desatenção e hiperatividade, além de psicoterapia para desenvolver estratégias de enfrentamento. Também são recomendadas medidas práticas, como organização do ambiente de trabalho, criação de rotinas e escolha de espaços tranquilos para atividades que exigem concentração.

 

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Autor

  • Alex Duarte

    Com formação em Psicologia pela Faculdade Ciências da Vida e Especialização em Neuropsicologia pela PUC Minas, possuo uma sólida experiência abrangendo diversas áreas, como Neuropsicologia, Psicologia Clínica, Psicologia em Saúde, Psicologia Social e Saúde Mental. Complementando minha formação, obtenho especializações em Saúde Mental e Atenção Psicossocial pela Faculdade Estácio de Sá, e em Psicologia em Saúde pelo Conselho Regional de Psicologia da 4ª Região. Minha experiência engloba o manejo de transtornos globais de desenvolvimento, transtornos de personalidade, estresse ocupacional, saúde coletiva e questões relacionadas à masculinidade e feminilidade. Com um foco claro em contribuir para o bem-estar e desenvolvimento das pessoas, busco aplicar meu conhecimento e experiência para fornecer suporte eficaz e compassivo em diferentes contextos e desafios psicológicos.

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