Aumento dos Transtornos Alimentares entre Jovens Brasileiros é Destaque em Audiência na Câmara

Discussão na Comissão de Saúde

Durante uma audiência na Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados, foi discutido o preocupante aumento dos casos de transtornos alimentares entre adolescentes e jovens no Brasil. Estima-se que cerca de 15 milhões de brasileiros sofram com algum tipo de transtorno alimentar, segundo o coordenador do programa de transtornos alimentares do Hospital da Universidade de São Paulo (USP), Táki Cordás.

 

Impacto das Redes Sociais

Um dos fatores apontados para esse aumento é a influência das redes sociais, onde jovens frequentemente se comparam com perfis que exibem padrões irreais de beleza. Essa comparação constante pode levar ao desenvolvimento de distúrbios alimentares, que são condições psiquiátricas caracterizadas por comportamentos alimentares anormais.

 

Dados da Pesquisa Internacional

Uma pesquisa realizada em 16 países, incluindo o Brasil, revelou que um em cada cinco jovens de 6 a 18 anos sofre de transtornos alimentares. Entre as mulheres, esse número pode chegar a um terço. A Associação Brasileira de Psiquiatria estima que mais de 70 milhões de pessoas no mundo tenham algum distúrbio alimentar.

 

Tipos de Transtornos Alimentares

Os transtornos alimentares mais comuns incluem a anorexia nervosa e a bulimia nervosa. A anorexia nervosa afeta cerca de 1% da população brasileira e pode ser extremamente grave, com casos de pacientes pesando apenas 25 a 30 kg, o que pode levar a uma taxa de mortalidade de até 20%. Já a bulimia nervosa, que atinge 1,5% da população, pode ser mais difícil de detectar devido à falta de alterações corporais visíveis, sendo seu sintoma mais evidente a compulsão alimentar seguida de vômitos induzidos.

 

Riscos e Sintomas

Os transtornos alimentares têm vários fatores de risco, incluindo predisposição genética, problemas familiares, traumas de abuso físico ou sexual e negligência na infância. Cerca de 60% dos pacientes que procuram cirurgia bariátrica, uma intervenção para perda de peso, sofrem de compulsão alimentar.

 

Prevenção e Diagnóstico

A prevenção é fundamental. A psiquiatra Maria Amália Pedrosa, da Comissão de Transtornos Alimentares da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), destacou a importância de informar os pais sobre os sintomas desses transtornos para garantir um diagnóstico precoce e evitar agravamentos. Infelizmente, pesquisas indicam que menos de 40% dos psiquiatras brasileiros acertam no diagnóstico de transtornos alimentares, e apenas 15% receberam treinamento sobre o tema durante a faculdade de medicina.

 

Necessidade de Capacitação e Expansão da Rede de Apoio

A nutricionista Gabriela Fernandes e a assessora do Ministério da Saúde, Márcia Oliveira, enfatizaram a necessidade de incluir o tema na formação de profissionais de outras áreas médicas e ampliar a rede de atenção psicossocial no Brasil. Hoje, há 3 mil unidades de atenção psicossocial e 2.290 leitos de saúde mental em hospitais gerais, além de o Instituto de Psiquiatria da USP ter a única enfermaria especializada em transtornos alimentares da América do Sul.

 

Conclusão

A deputada Rosangela Moro (União-SP) afirmou que, devido à complexidade do tema, serão necessárias outras reuniões para aprofundar a discussão. Ela destacou a importância de capacitar profissionais da saúde e promover um trabalho conjunto entre sociedade, profissionais, famílias e escolas para reduzir o impacto dos transtornos alimentares.

 

Ação Conjunta

A união de esforços é essencial para combater os transtornos alimentares, que representam uma grave ameaça à saúde mental e física de milhões de brasileiros. A conscientização, prevenção e tratamento adequado são passos cruciais para enfrentar esse desafio.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 

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